sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nexos desconexos

I

Idas e vindas, assim é o amor. Surge do lapso. Quando se quer, não o tem. Uma charada sem resposta. Vezes, evitamos a pessoa que no futuro, será aquela que amaremos com todas as seivas. Mas é assim, sempre esperamos, depois esquecemos. É um rotundo por certo, porém, corrompido.

II

Quiçá, refletia que era uma lacônica ilação. Sorrindo seguiu, sem saber a causa. Um estado de ledice que sabe-se lá de onde veio. Esperava que não mudasse. Mas o destino? Existe? Não saberia dizer. Ocorre que ao virar a esquina, percebeu que aquilo que um dia sonhou, aconteceu. Amou.

III

Inolvidável anseio. Aos prantos gritava seu nome. Não saberia determinar aquele mistifório de vontades. Como viveria sem? Certamente sem rumo estava. Sem eira, nem beira. Agora, passava-se mais de um ano do acontecimento e ainda assim, sentia a mesma dor.

IV

Calado, fechado, extremamente no silêncio. Aquilo tudo foi demais. Não poderia deixar que pensamentos errados sobre sua pessoa fossem divagados. Por isso, parou de comentar, de agir. O pensamento tornou-se companheiro para todas as horas. Já não havia palavras. Assim ficou.

V

Das cinzas que renasce a fênix, estará na imortalidade das palavras. Do beijo ao adeus, deixou seus pés como guias nas nuviosas noites frígidas. Da vida, para o além daquilo que pode-se sentir. Sois vós, desprovidos de broqueis. Francos abantesmas para se enlaçarem com outras.
VI

Parado na madrugada ficou na soleira da porta. Viu até os primeiros raios de sol. Não tinha a mínima condição de continuar. Uma luta interna. Chamar ou não? Enfim, tinha menos tempo que imaginava. Quando ia fugir, a porta abriu. Então sorriu e entrou.