terça-feira, 14 de setembro de 2010

E a palavra de ordem será?

Com a evolução da sociedade, o esperado é que tudo aquilo que era irracional até então, começasse ser esclarecido, criando então sentimentos de racionalidade e de suportabilidade, contudo, não é isso que conseguimos vislumbrar.
Se formos analisar, hoje essa evolução de racionalidade pendeu para banalização, onde não há mais limites e sempre utilizam como resposta para os atos a seguinte expressão “a sociedade evoluiu”.
Em que a sociedade evoluiu? Claro, se for verificar em linha de ciências, estamos avançados, mas não falo disso, falo da urbanidade, da lhaneza que deveria abarcar o homem. Algo que não deveria ser encarado somente como obrigação, mas sim, como um sentimento recíproco, onde pessoas, nesta “pólis” viessem repartir sem qualquer deficiência.
Antigamente, existia a base familiar, onde se tinha a figura dos pais, filhos, ou seja, havia uma hierarquia, um limite. E hoje o que temos? Temos filhos comandando seus pais. Ilógico não?
Não diferente, tornou-se raro, ver jovens conversando com pessoas mais velhas, que a sua forma, ainda fazem parte da cultura que aos poucos, está sendo soterrada por toda essa evolução. Mas não culpo os jovens, nem ninguém, só não posso esquecer que nem os mais velhos conversam entre si.
Olha, fico exausto com isso tudo. O triste é que ninguém ajuda, aliás, seria de grande valia se ainda existisse diálogo. Aliás, o pior dessa ausência de base, de estrutura e tudo mais, é que temos cidadãos fadados a um retrocesso, sendo comandados por políticas assistencialistas, ou seja, plena massa de manobra.
Quero deixar claro que não é questionar os meios dessa política assistencial, mas não vejo qualquer tipo de evolução na sociedade, ao viverem em prol só disso, ao contrário, parece que ainda vivemos na época do cabresto.
Acredito sim, que o Estado, enquanto soberano, titular do poder, deve, através dos diversos meios, esparzir a cultura, educação, saúde, moradia, alimentação, e tudo que for necessário, para assegurar a dignidade humana e consequentemente, um país evoluído.
Fui questionado esses dias sobre essa minha digressão. Ainda afirmaram que esses problemas não são atuais, nem deste governo e, ainda não sabiam o motivo desse meu espanto.
Bom, deixando claro, não é espanto, nem revolta, é reflexão. Eu sei que esse problema não é novo, mas até quando viveremos essa miséria intelectual? Até que ponto devemos permanecer nessa passividade, como se nada demais ocorre, ou melhor, nada ocorre mesmo, além da banalização da família, da política, de tudo e todos.
Ademais, quanto a ser problema de governo, acredito que tudo isso que ocorre não é atual, porém, até quando deixaremos essas questões para as gerações futuras?
Olha, fato é que, mesmo sendo problemas de décadas, poucos são preocupados em encontrar uma direção para solução. Eu sei que nada muda da noite para o dia, porém, para que ocorra o progresso, devemos criar um ponto de partida, deixando então esse “bom”, e buscar o “melhor”.
O homem só consegue evoluir, quando deixa a inércia, larga mão de ser alienado e começa a questionar sobre o que precisa mudar, criando então uma massa não de manobra, mas sim pensante. Largando aquele estereótipo de “não faz, não fala”.
Vivemos em um tempo de liberdade de expressão. Nossa Constituição pode ser muitas vezes contraditória, porém, ela assegura tantas liberdades, tantos direitos, porém, por causa desse comodismo, deixamos de invocar aquilo que é de direito.
Por falar em direito, a maioria só se lembra disso quando está tendo algum problema, fora isso, esquecem, ou então, fazem de conta que não sabem, já que é mais fácil ser omisso.
Mas sabe, algo que eu devo dizer que evoluiu e muito, foi à mídia. Hoje podemos nos expressar através desses diversos meios, sem que haja (perceptivelmente) qualquer coação. Mas mesmo existindo todo esse evolucionismo, tornou-se importante catalogar os nomes de frutas dado para as mulheres; saber qual roupa a celebridade está usando e fora outras (f) utilidades.
Bom, sem mais delongas, eu só espero que progresso não vire sinônimo de retrocesso.

5 comentários:

  1. Maduro o raciocínio... Pena que 0,31% das pessoas no Brasil pensam assim... Parabéns!!

    ResponderExcluir
  2. Um país é construído de ideias e ideais . Cabeças pensantes sempre existirão , mas, cada atitude, feliz ou infelizmente , modifica de acordo com interesse próprio num mundo cada vez mais individualista e precário de ideologias satisfatórias .

    ResponderExcluir
  3. a humanidade adotou a cultura do descartável e da impessoalidade .. descartáveis talheres .. móveis .. amizades ..familia ..funcionários ..religiões .. pessoas? ..impessoalidade de reuniões virtuais (videoconferencia) net ..internet ..webcam ..aproximam ou afastam as pessoas? é assim vive a humanidade cada vez mais degradante ..

    ResponderExcluir
  4. Concodo com quase tudo. Acho que a mídia está medíocre e passando péssimos "valores" hoje em dia. Também concordo que a educação ainda é a chave pra que o indivíduo tome consciência de seu papel na sociedade - pois já foi comprovado que quanto maior a educação, mais criteriosa com a escolha de políticos a pessoa é, por exemplo. Quanto a família: eu acredito que a sociedade "evoluiu" neste aspecto, não deve mais haver a figura da pessoa autoritária da família, das ordens incontestáveis e tal... e sim a abertura do diálogo. Admiro a relação de um amigo de 17 anos com seus pais, pois conversam sobre tudo... algo que eu não tive. Enfim, acho que cabe a sociedade encontrar um equilíbrio nesta nova realidade.

    ResponderExcluir
  5. Gui!!!
    Compreendo seu posicionamento, porém, devo confutar acerca da "pessoa autoritária". Acredito que dada à evolução da sociedade, as relações pais x filhos, devem ser alteradas para melhor, existindo então, um sentimento além, ou seja, pais sendo também amigos de seus filhos. Contudo, mesmo existindo esse “plus”, acredito sim que há uma hierarquia.
    O que expressei no texto é que hoje pais são comandados por filhos, onde realidade deveria ser o contrário. Quando falo em comando, é no sentido de que deve existir respeito, onde o diálogo é essencial.
    De qualquer forma, pais devem ser pais e amigos e não 'mais' amigos do que pais...
    Abração!!!

    ResponderExcluir